
😰 Montar um Negócio? E se Todo Mundo Me Vir Falhar? 💥
“E se eu tentar montar um negócio… e todo mundo ver que eu fracassei?”
Essa pergunta ecoa mais vezes do que se imagina. Não em voz alta, mas ali dentro, num cantinho apertado entre o desejo de liberdade e o medo de virar motivo de piada. É uma pergunta sufocada, dita baixinho, mas que tem o peso de toneladas. Afinal, o medo de fracassar publicamente — não apenas fracassar, mas ser visto fracassando — pode paralisar até as ideias mais brilhantes.
Você pode até não falar disso com ninguém. No entanto, talvez conheça bem a sensação: olhar para o cursor piscando em branco, pensar em divulgar seu projeto e, de repente, imaginar aquele conhecido do colégio vendo e rindo. Ou a tia que sempre foi meio sarcástica. Ou aquele amigo que já “deu certo” na carreira e que, claro, vai julgar. Não é só medo de errar — é receio de se tornar um exemplo de fracasso.
Então vamos respirar um pouco e conversar de verdade.
Quando tudo parece uma vitrine
Vivemos em uma era em que tudo é exposto. Rede social, stories, LinkedIn. O fracasso, que antes era algo mais íntimo — vivido entre você e o travesseiro — agora parece um espetáculo público. Montar um negócio se torna um risco não só financeiro, mas também emocional. Porque se der errado, não é apenas a sua conta bancária que sofre. É o seu ego, seu senso de valor, sua imagem. E isso, convenhamos, costuma doer bem mais do que perder dinheiro.
É como estar pelado no palco de um teatro lotado. Mesmo que você tenha talento, você treme. Porque, no fundo, o medo não é apenas de falhar. Ele vem da possibilidade de ser julgado por isso. E aí a gente começa a se proteger demais. Planeja eternamente, espera o “momento certo”, esconde ideias até que estejam “perfeitas”. Contudo, esse tal momento perfeito… raramente chega.
O que ninguém vê por trás do medo
Esse medo de fracassar publicamente não está preso apenas ao presente. Ele carrega bagagem. Pode ser que alguém já tenha rido de uma ideia sua antes. Ou quem sabe você já tenha sido subestimado, ignorado, chamado de “sonhador demais”. A partir daí, sempre que pensa em montar um negócio, sente que precisa provar algo. Que tem que acertar de primeira. Que só vale a pena se for um sucesso rápido — senão, melhor nem tentar.
Muitas pessoas evitam contar que estão tentando. Criam em segredo. Sonham escondido. Só mostram o projeto se ele der certo. E mesmo assim, com aquele tom modesto, pra ninguém pensar que estão se achando. Por outro lado, se der errado? A resposta costuma ser: melhor não começar. Como resultado, a gente trava. Se frustra. E sente uma culpa silenciosa que cresce devagar.
Uma história real (e comum)
Conheci a Ana (nome fictício, claro) num café. Ela tinha tudo pronto pra começar o próprio negócio de papelaria criativa — marca, produto, fornecedor. Mesmo assim, estava há 9 meses travada. Sempre encontrando “algo a melhorar”. Sempre esperando “o tempo certo”. Em um desabafo, ela me disse:
“Eu fico imaginando minhas colegas de trabalho vendo meu Instagram e pensando ‘ela largou tudo pra isso?’”
Ela não tinha medo de empreender. O que a travava era o medo de ser vista falhando. Medo de que os outros interpretassem sua tentativa como fracasso. Que rissem, cochichassem, ou simplesmente pensassem: “Tá vendo, eu sabia”.
O mais cruel nisso tudo? Ela era muito boa. O produto era lindo. Mas o julgamento antecipado de terceiros — que nem tinham dito nada — já era suficiente pra congelá-la.
Você pode não ser a Ana. Mas talvez conheça alguém assim. Ou, quem sabe, esteja vivendo algo parecido.
E se… falhar for parte da dança?
Tá, agora vem aquele ponto desconfortável: você pode fracassar. Pode mesmo. E talvez alguém veja. Talvez alguém comente. Mas aqui vai um pensamento que mudou muita coisa pra mim: e daí?
Sério. E daí?
Você está aqui pra viver sua própria vida ou pra alimentar o feed mental de quem nunca pagou um boleto seu?
Pensa em quantas pessoas incríveis falharam feio antes de acertar. Em quantos negócios deram errado antes de virar histórias de sucesso. E em quantas ideias brilhantes morreram porque alguém teve medo do olhar alheio.
É como querer dançar e só pensar na plateia — você nunca sente a música.
Muitas vezes, quem mais julga é quem nunca tentou. Quem vive na zona de conforto adora apontar o dedo pra quem ousa sair dela. Mas aí não é sobre você. É sobre eles. Deixa que eles assistam. Você tem coisa mais importante pra fazer: construir algo que faça sentido pra você.
Pequenos passos, não grandes plateias
Aqui vai um conselho que pode ajudar: comece pequeno. Não precisa lançar com fanfarra, nem anunciar pro mundo inteiro. Montar um negócio pode começar em silêncio, como quem acende uma vela num quarto escuro. Só você sabe da luz que aquilo traz. Com o tempo, ela cresce. Ilumina. E, quando estiver pronta, vai ser natural querer compartilhar.
E se der errado? Você vai ter aprendido. Vai se conhecer mais. Vai descobrir o que funciona pra você — e o que não. E isso, por si só, já vale muito mais do que a aprovação de quem só observa da arquibancada.
Três perguntas que podem libertar
Antes de encerrar, deixo três perguntas simples — mas poderosas o suficiente pra abrir espaço dentro de você:
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Se ninguém soubesse que você fracassou, você ainda teria medo de tentar?
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Você está mais preocupado com o julgamento dos outros ou com a sua própria frustração de nunca tentar?
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Daqui a 5 anos, o que vai doer mais: ter tentado e falhado ou ter desistido por medo?
Essas perguntas não têm resposta certa. Contudo, costumam trazer clareza. Às vezes, até coragem.
Montar um negócio não é sobre saber tudo. Nem sobre acertar sempre. É sobre se colocar em movimento — com medo e tudo. E entender que o fracasso público só é fracasso se você parar ali. Senão, vira parte da história.
Você não precisa ter todas as certezas agora. Nem provar nada pra ninguém. Basta dar o primeiro passo, mesmo com as pernas tremendo.
Talvez o que te assusta hoje…
…seja exatamente o que vai te libertar amanhã.
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